Medicina, direito e engenharia. Apesar de tradicionais e antigas preferidas dos pais de vestibulandos, elas continuam entre as melhores profissões para quem quer ter boa condição financeira. Além dessas, administração e economia estão entre as carreiras mais bem remuneradas do país. Conheça as cinco profissões mais bem remuneradas, de acordo com a pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no início desse ano.
1º Lugar: Medicina
Salário médio: de R$ 6.705,82(graduação) a R$ 8.966,07(mestrado ou doutorado)
Mercado*: Segundo o coordenador do curso de medicina da UFRJ, "os formados encontram mais vagas na rede privada de hospitais. Na rede pública, a maior rotatividade está no atendimento de emergência", No Brasil, a concentração de profissionais está dividida da seguinte forma: 55% dos profissionais trabalham no sudeste e os estados das regiões Norte e Nordeste sofrem com falta de médicos. Para se ter uma idéia, de acordo com pesquisas do Conselho Federal de Medicina, em São Paulo existe um médico para 239 habitantes. Já em Roraima, a concentração é de um profissional para 10.306 pessoas. Por esse motivo, as vagas estão nas regiões mais afastadas. No Norte e Nordeste é possível encontrar mais vagas no setor público, principalmente através do Programa Saúde da Família (PSF).
Além dessas características, também é possível falar no crescimento em algumas áreas especializadas da medicina. A geriatria e a cardiologia, por exemplo, estão em expansão devido ao aumento do número de idosos na população. As novas áreas de pesquisa, como genética e estudos sobre a memória. Também é possível trabalhar na formação de novos médicos, através da licenciatura. Nesse caso, é necessária a pós graduação.
2- Administração
Salário médio: de R$ 4.006,61(graduação) a R$ 8.012,10(mestrado ou doutorado)
Mercado*: A concorrência nessa área é grande. Além de bater o recorde em matrículas no Ensino Superior no último Censo de Educação Superior, o curso de Administração já gerou mais de 300 mil profissionais registrados no Conselho Federal de Administração. O eixo Rio - São Paulo é o que mais concentra profissionais da área. O campo de trabalho é amplo, porém, além de disputar vagas com seus colegas de classe, os administradores precisam encarar profissionais formados em outras áreas que fazem especializações em Administração, Gestão ou Negócios.
Mas não desanime. Praticamente todos os ramos de negócio precisam de um administrador, o que pode diversificar as possibilidades de emprego. O setor de serviços é o que mais tem oferecido oportunidades, mas, de forma geral, os setores com maior demanda dentro das organizações são os de administração geral, recursos humanos, finanças, logística e vendas. Na Região Centro Oeste, as vagas estão concentradas no agronegócio. Já no Sul e Sudeste encontram-se as empresas que oferecem programas de trainee. No setor público, as vagas se distribuem por todo o país.
3- Direito
Salário médio: de R$ 4.649,63(graduação) a R$ 7.540,79(mestrado ou doutorado)
Mercado*: A demanda por profissionais formados em direito no setor público tende a crescer ainda mais nos próximos anos. O número de magistrados ainda menor que o necessário e os concursos para as áreas de auditor ou analista da Receita Federal, ainda que não exijam o curso de direito, estão abertas a esses profissionais, que possuem base forte em legislação. Os concursos públicos também acontecem para os cargos de promotor, procurador ou delegado de polícia e defensoria pública.
Além dos concursos públicos, os advogados podem trabalhar em setores crescentes, como direito ambiental e da tecnologia da informação. Outras áreas de destaque são direito internacional e o trabalho no campo da genética.
O bacharel advogado poderá trabalhar no departamento jurídico (áreas trabalhista, tributária, cível, empresarial e especialistas em direito internacional) de empresas de variados segmentos ou atuar em instituições do terceiro setor (ONGs). Já os escritórios de direito sempre disponibilizam oportunidades para advogados e estagiários.
4- Ciências econômicas e contábeis
Salário médio: de R$ 4.644,67(graduação) a R$ 7.085,24(mestrado ou doutorado)
Mercado*: Apesar de o número de profissionais registrados chegar a 417 mil, as empresas instaladas nas regiões Sul e Sudeste estão precisando de contadores. A maior parte dos profissionais atua nos escritórios de contabilidade, auditoria e consultoria. O setor público também está em alta. A área de menor concorrência é de professores no ramo da contabilidade, já que poucos contabilistas desejam se dedicar à área acadêmica. O maior número de oportunidades se concentra nas capitais, dentro das grandes e médias empresas, incluindo instituições financeiras e multinacionais. Devido aos incentivos fiscais para a abertura de empresas, a região Nordeste vem apresentando crescimento na área de contabilidade.
Já os economistas encontrarão as oportunidades concentradas no Rio de Janeiro e São Paulo. Também é importante ficar de olho nas regiões para onde migram as indústrias. No Norte, Centro-Oeste e no interior de São Paulo, os economistas poderão trabalhar no setor agropecuário, executando a gestão administrativa e financeira das empresas. O setor financeiro é o principal empregador desses bacharéis, que atuam na gestão e no planejamento do mercado de capitais. Esse profissional também pode trabalhar no comércio internacional executando negociações com blocos econômicos estrangeiros. Um segmento em expansão é o da economia solidária no qual, através de ONGs, o economista pode gerar renda em grupos menos favorecidos. Ele pode ainda trabalhar com consultoria para micro e pequenas empresas para que elas possam expandir os seus negócios. Apesar de ser menor que na esfera privada, a empregabilidade no setor público é satisfatória, tanto a nível federal como municipal. Em ciências econômicas, também é baixa a concorrência para a docência nas universidades.
5- Engenharia mecânica
Salário médio: R$ 5.576,49(graduação)
Mercado*: Apesar de estar em quinto lugar no ranking dos mais bem remunerados, essa profissão é a que mais apresenta expectativa de crescimento no número de vagas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o mercado de engenharia está tão aquecido no Brasil que haverá uma escassez de mão de obra nos próximos anos, prevendo, inclusive, a busca por profissionais no exterior. "Existe uma demanda reprimida, e os engenheiros ganharam novo status no mercado de trabalho", afirma Franco Giuseppe Dedini, coordenador do curso da Unicamp. As áreas de maior demanda para os engenheiros civis são desenvolvimento de projeto, novos produtos e otimização de sistemas. Todas as empresas do ramo industrial necessitam desses profissionais. "O setor automotivo e o aeronáutico seguem como excelentes empregadores, mas a indústria de eletrodomésticos acena com boas oportunidades para os próximos anos", afirma Dedini. As cidades que mais concentram indústrias, e consequentemente, maior oferta de vagas estão localizadas na região do ABC Paulista e no interior, como Campinas. Porto Alegre (RS) e Camaçari (BA) também apresentam ótimas oportunidades.
*fonte: Guia de Profissões da Você S/A
