Capas de notebook

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Anvisa analisa comércio de pulseira bioquântica

Vendidas com o apelo de melhorar o equilíbrio e ativar a circulação sanguínea, as pulseiras bioquânticas tiveram sua publicidade suspendida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Esses braceletes, que prometem "estabilizar a energia do corpo", começaram a ser usados por atletas. Celebridades foram fotografadas com as tiras de silicone adornadas por um holograma. A Anvisa informou que pode proibir o comércio das pulseiras no país.

A pulseira original, americana, tem a marca Power Balance. A genérica brasileira é da marca Life Extreme. Tanto uma quanto outra estão sendo investigadas e deverão ser processadas por publicidade irregular, segundo Ana Paula Massera, gerente de fiscalização de propaganda da Anvisa.

Charlatanismo

A Power Balance propaga em seu site que o uso da pulseira aumenta a concentração e a força física porque contém um holograma que "otimiza a fluência energética natural do corpo". O site da pulseira brasileira, vendida na internet a R$ 159, dá explicação similar.

Vanderli de Assis, que afirma ter criado o modelo brasileiro e se apresenta como professor de física da Universidade Federal de Minas Gerais (não há registro dele na universidade), diz que o holograma, formado por camadas de magnésio, alumínio, ferro e silício, "emite uma frequência que gera estabilidade no campo eletromagnético do ser humano". Assim, o corpo não seria afetado por frequências externas como ondas de equipamentos eletrônicos, daí o maior equilíbrio do usuário.

Para Marcos Duarte, professor de biodinâmica da Faculdade de Educação Física da USP, as explicações são "charlatanismo quântico". "A ideia de que um holograma possa interagir com as frequências do corpo e trazer benefício ao equilíbrio é puramente falsa", diz.

Cláudio Furukawa, do Instituto de Física da USP, reforça: "Não há explicação cientifica para isso. Holograma não emite onda".